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domingo, 5 de agosto de 2012

Momento Paulo Leminsky. (Astria Ferrão)


Eu sou tão eu
que sendo eu não me basto
Sendo eu o outro ser
ser eu mesma é raso

Sendo assim o meu viver
sabendo onde devo ir
vejo a rua
o caminho e o momento pra seguir

A lua é redonda
e eu às vezes também
ser triângulo me conclama
a chamar mais alguém

A flor a dor o amor fazem rima
mas eu mesma não sei rimar
Aonde vou com minha sina
pra aprender a sonhar

Que pobreza de preleção
que falta de educação
tanto estudo por tão pobres versos
pra plasmar uma emoção

E o pior é a pretensão
leu Leminsky e achou que achou o tom
não se furta a dar a cara a tapa
e escrever rima pobre com cara de emergente
achando que poetando assim
pode alcançar toda a gente
e fazer sentir o que há em mim
dessa forma, incoerente

Ai de ti, ai de mim
ai dos pobres inocentes
ignorantes, incultos e tudo mais
querendo chegar adiante
e fazer do triângulo, uma lua
redonda igual a um tamanco.
Será que mataram um boi?
Ai de quem poetasse no caminho...

(Para conhecer um pouco sobre vida e obra de Paulo Leminski, minha inspiração para essa poesia acima que eu escrevi, ver links abaixo)

Wikipedia-Paulo Leminski
Projeto Releituras
Enciclopédia Itaú Cultural Literatura Brasileira
A Magia da Poesia

sábado, 28 de julho de 2012

Todo mundo tem seu lado Hyde.

Todo mundo tem uma versão de si mesmo da qual não gosta muito. Ou não gosta nada.
Todo mundo tem seu lado Hyde.
Interessante que o que parece ser um dos maiores problemas do ser humano é justamente a tentativa diária de esconder esse lado. De todos, e de si próprio. No entanto, essas tentativas se frustram todas as vezes em que a pessoa se vê em uma situação em que sua emoção é confrontada com uma grande intensidade, seja por uma dor imensa, seja por uma raiva imensa, ou ainda, por uso de drogas lícitas/ilícitas que alteram sua função cerebral, obliterando a região frontal responsável pelo famoso "freio social". Muitos estudos tem confirmado isso, como os dois abaixo:


A falta de medo, por exemplo, é um dos sintomas mais comuns em usuários de álcool. E por conta disso, passa a falta de medo de se expor, de qualquer forma. Ao ridículo, ao perigo, à mulher ou ao homem platonicamente amado sem saber. A depender da situação, essa falta de medo porde às vezes ser útil, principalmente em pessoas tímidas, que perdem muitas oportunidades da vida por essa característica. Em outros, a transformação pode ser extremamente perigosa, mostrando a todos que a "doce criatura"na verdade é um excelente ator, que disfarça muito  bem suas monstruosidades, muito bem demonstrado no famosos desenho animado, que por aqui deu origem ao nome "piu piu monstro", baseado na história de Jekyll and Hyde (assista Piupiu monstro aqui).
Piupiu

Piupiu Hyde

Mas apesar da graça, apesar da psicopatologia, pessoas normais passam por isso o tempo todo e desenvolvem transtornos mentais menores, que passam desapercebido da maioria das pessoas. Ansiedade, depressão leve, distimia, tudo isso acaba sendo decorrente dessa fuga do seu próprio eu "ruim". E acaba redundando em outros problemas que não passam despercebido, como doenças físicas reais, desde gastrite, enxaquecas, dores de coluna, torcicolos, até outros casos mais graves, tais como obesidade, anorexia nervosa, esclerose múltipla, lúpus (o House adora isso), psoríase, vitiligo, câncer, etc. E os tratamentos, que atacam os efeitos, e não a causa real, muitas vezes não tem a eficácia que se esperaria.
Dessa forma, a falta da percepção desses problemas, dificulta a vida de todos, do indivíduo afetado, e de todos que o cercam. Nesse sentido, a Psicologia, ciência muito ainda desconhecida da maioria da população, tem papel fundamental na prevenção e tratamento desses distúrbios, mas continua sendo encarada como "tratamento de maluco", e como tal, só é aceita na maioria dos casos em casas extremamente graves, que poderiam ter sido minimizados se os pequenos sintomas fossem percebidos antes.
"In vino veritas" (No vinho, a verdade), diziam os romanos antes de Cristo passar por aqui, pois eles mesmos já percebiam que isso de que falo ocorria. Se uma pessoa percebe suas alterações de comportamento, e não gosta delas, a melhor atitude não é escondê-las, é trabalhá-las, sozinho, e caso não consiga atingir o equilíbrio que acha adequado, procurar quem possa ajudar, profissionalmente. Falo de cadeira.
E um bom dia a todos!





sábado, 23 de junho de 2012

2012: Ano dos 40 anos. Sem crise.

Poxa... Quem arruma tempo pra escrever todo dia num blog? Bem, só quem trabalha com isso (jornalistas, colunistas, formadores de opinião), ou aposentados e adolescentes. 
Eu não arrumo tempo. Aliás, até me esqueço desse blog. O que é uma pena, já que mal ou bem, é uma forma da gente ir acompanhando o que pensamos ao longo da vida, e de vermos como a gente muda. Ou não muda.
Há poucos meses atrás escrevi sobre a crise dos quase 40. Então agora eu tenho 40. Especificamente, 40 anos e 11 dias.
Daí saio com aquela máxima: não me sinto com 40 anos. Talvez, com 30. Acho que a maioria das pessoas ativas diz isso. E talvez isso seja porque ficamos sempre com a referência de alguém mais velho, na visão que tínhamos quando éramos mais jovens. 
A lógica é simples: a expectativa de vida do homem na Terra vem aumentando significativamente ano a ano. Mesmo aqui no Brasil, com todos os seus problemas, isso ocorre. Confira no link.


Em sendo assim, nossos pais, que em média tem de 20 a 30 anos mais do que nós, tinham uma expectativa de vida menor. E a cada ano, essa expectativa sobe mais ainda. Por exemplo: eu tenho 4 sobrinhas e 3 filhos. Olhe abaixo a expectativa de vida projetada para o ano em que eles nasceram (eles tem entre 2 e 18 anos agora:

1994- 68,13 anos
1996- 68,85 anos
1998- 69,62 anos
2003- 71,29 anos
2005- 71, 88 anos
2009- 73,09 anos

Quando minha mãe e minha sogra nasceram (1945), a expectativa de vida era de cerca de 38 anos!!! Quando eu nasci (1972) já estava em cerca de 45 anos, mais 6 anos do que elas. E para os netos a coisa ficou melhor ainda. Ou seja:

Avó (minha sogra)/primeira neta: diferença de 30 anos
Avó (minha mãe)/primeiro neto: diferença de 33 anos.
Mãe (eu) para meus 3 filhos: entre 26 a 28 anos a mais

Portanto, MEUS 40 anos não são os mesmos 40 anos da minha mãe e da minha sogra, e MUITO MENOS serão os 40 anos dos meus filhos. Provavelmente, a geração deles, ao chegar aos 40, deverá ser muito mais parecida com a nossa geração (dos quarentões de hoje) aos 20. 
Esse fato já se observa quando vemos a todo momento os agora chamados "adultescentes". Não tratarei disso aqui agora, mas segue aqui o link para um artigo que fala sobre isso, a luz da Gestalt terapia.



O fato é que quando eu era adolescente (lá pros meus 14 anos), auge da liberação feminina, existiam inúmeros programas e reportagens falando sobre a tal "crise dos 40" (que atinge aos homens também, mas mulheres gostam mais de falar sobre essas coisas) e já via que isso gerava um certo temor nas pessoas. Medo de ficar velho. De ficar acabado fisicamente. Profissionalmente. Socialmente.
Logo após começou uma nova onda, contrária essa temerária, que dizia: "A vida começa aos 40!".   E essa tem se tornado mais forte após eu ter chegado já à vida adulta (lá pros meus 20 e poucos anos). Antevejo que quando meus filhos chegarem aos 40 anos, essa "campanha" será: A vida começa ao 70 anos!
E como tudo nessa vida, há coisas muito boas e outras nem tanto nisso tudo. Mas isso também é papo pra outro dia.
Enfim, para mim não há crise. Há problemas do cotidiano, como há para todos. Uns mais graves, uns mais bobos, outros que não valem nem a pena comentar. Mas há vida. Muita vida. E muita disposição para superar todas as expectativas de (boa) vida.
Boa noite!