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terça-feira, 28 de abril de 2015

UNEB- Curso de Medicina- Material de apoio.

Olá, queridos alunos! Usarei aqui meu blog (há muito tempo sem uso) para compartilhar minhas postagens do Remind pra vcs. Um abraço e bom proveito  todos!
Astria

domingo, 5 de agosto de 2012

Momento Paulo Leminsky. (Astria Ferrão)


Eu sou tão eu
que sendo eu não me basto
Sendo eu o outro ser
ser eu mesma é raso

Sendo assim o meu viver
sabendo onde devo ir
vejo a rua
o caminho e o momento pra seguir

A lua é redonda
e eu às vezes também
ser triângulo me conclama
a chamar mais alguém

A flor a dor o amor fazem rima
mas eu mesma não sei rimar
Aonde vou com minha sina
pra aprender a sonhar

Que pobreza de preleção
que falta de educação
tanto estudo por tão pobres versos
pra plasmar uma emoção

E o pior é a pretensão
leu Leminsky e achou que achou o tom
não se furta a dar a cara a tapa
e escrever rima pobre com cara de emergente
achando que poetando assim
pode alcançar toda a gente
e fazer sentir o que há em mim
dessa forma, incoerente

Ai de ti, ai de mim
ai dos pobres inocentes
ignorantes, incultos e tudo mais
querendo chegar adiante
e fazer do triângulo, uma lua
redonda igual a um tamanco.
Será que mataram um boi?
Ai de quem poetasse no caminho...

(Para conhecer um pouco sobre vida e obra de Paulo Leminski, minha inspiração para essa poesia acima que eu escrevi, ver links abaixo)

Wikipedia-Paulo Leminski
Projeto Releituras
Enciclopédia Itaú Cultural Literatura Brasileira
A Magia da Poesia

sábado, 28 de julho de 2012

Todo mundo tem seu lado Hyde.

Todo mundo tem uma versão de si mesmo da qual não gosta muito. Ou não gosta nada.
Todo mundo tem seu lado Hyde.
Interessante que o que parece ser um dos maiores problemas do ser humano é justamente a tentativa diária de esconder esse lado. De todos, e de si próprio. No entanto, essas tentativas se frustram todas as vezes em que a pessoa se vê em uma situação em que sua emoção é confrontada com uma grande intensidade, seja por uma dor imensa, seja por uma raiva imensa, ou ainda, por uso de drogas lícitas/ilícitas que alteram sua função cerebral, obliterando a região frontal responsável pelo famoso "freio social". Muitos estudos tem confirmado isso, como os dois abaixo:


A falta de medo, por exemplo, é um dos sintomas mais comuns em usuários de álcool. E por conta disso, passa a falta de medo de se expor, de qualquer forma. Ao ridículo, ao perigo, à mulher ou ao homem platonicamente amado sem saber. A depender da situação, essa falta de medo porde às vezes ser útil, principalmente em pessoas tímidas, que perdem muitas oportunidades da vida por essa característica. Em outros, a transformação pode ser extremamente perigosa, mostrando a todos que a "doce criatura"na verdade é um excelente ator, que disfarça muito  bem suas monstruosidades, muito bem demonstrado no famosos desenho animado, que por aqui deu origem ao nome "piu piu monstro", baseado na história de Jekyll and Hyde (assista Piupiu monstro aqui).
Piupiu

Piupiu Hyde

Mas apesar da graça, apesar da psicopatologia, pessoas normais passam por isso o tempo todo e desenvolvem transtornos mentais menores, que passam desapercebido da maioria das pessoas. Ansiedade, depressão leve, distimia, tudo isso acaba sendo decorrente dessa fuga do seu próprio eu "ruim". E acaba redundando em outros problemas que não passam despercebido, como doenças físicas reais, desde gastrite, enxaquecas, dores de coluna, torcicolos, até outros casos mais graves, tais como obesidade, anorexia nervosa, esclerose múltipla, lúpus (o House adora isso), psoríase, vitiligo, câncer, etc. E os tratamentos, que atacam os efeitos, e não a causa real, muitas vezes não tem a eficácia que se esperaria.
Dessa forma, a falta da percepção desses problemas, dificulta a vida de todos, do indivíduo afetado, e de todos que o cercam. Nesse sentido, a Psicologia, ciência muito ainda desconhecida da maioria da população, tem papel fundamental na prevenção e tratamento desses distúrbios, mas continua sendo encarada como "tratamento de maluco", e como tal, só é aceita na maioria dos casos em casas extremamente graves, que poderiam ter sido minimizados se os pequenos sintomas fossem percebidos antes.
"In vino veritas" (No vinho, a verdade), diziam os romanos antes de Cristo passar por aqui, pois eles mesmos já percebiam que isso de que falo ocorria. Se uma pessoa percebe suas alterações de comportamento, e não gosta delas, a melhor atitude não é escondê-las, é trabalhá-las, sozinho, e caso não consiga atingir o equilíbrio que acha adequado, procurar quem possa ajudar, profissionalmente. Falo de cadeira.
E um bom dia a todos!





sábado, 23 de junho de 2012

2012: Ano dos 40 anos. Sem crise.

Poxa... Quem arruma tempo pra escrever todo dia num blog? Bem, só quem trabalha com isso (jornalistas, colunistas, formadores de opinião), ou aposentados e adolescentes. 
Eu não arrumo tempo. Aliás, até me esqueço desse blog. O que é uma pena, já que mal ou bem, é uma forma da gente ir acompanhando o que pensamos ao longo da vida, e de vermos como a gente muda. Ou não muda.
Há poucos meses atrás escrevi sobre a crise dos quase 40. Então agora eu tenho 40. Especificamente, 40 anos e 11 dias.
Daí saio com aquela máxima: não me sinto com 40 anos. Talvez, com 30. Acho que a maioria das pessoas ativas diz isso. E talvez isso seja porque ficamos sempre com a referência de alguém mais velho, na visão que tínhamos quando éramos mais jovens. 
A lógica é simples: a expectativa de vida do homem na Terra vem aumentando significativamente ano a ano. Mesmo aqui no Brasil, com todos os seus problemas, isso ocorre. Confira no link.


Em sendo assim, nossos pais, que em média tem de 20 a 30 anos mais do que nós, tinham uma expectativa de vida menor. E a cada ano, essa expectativa sobe mais ainda. Por exemplo: eu tenho 4 sobrinhas e 3 filhos. Olhe abaixo a expectativa de vida projetada para o ano em que eles nasceram (eles tem entre 2 e 18 anos agora:

1994- 68,13 anos
1996- 68,85 anos
1998- 69,62 anos
2003- 71,29 anos
2005- 71, 88 anos
2009- 73,09 anos

Quando minha mãe e minha sogra nasceram (1945), a expectativa de vida era de cerca de 38 anos!!! Quando eu nasci (1972) já estava em cerca de 45 anos, mais 6 anos do que elas. E para os netos a coisa ficou melhor ainda. Ou seja:

Avó (minha sogra)/primeira neta: diferença de 30 anos
Avó (minha mãe)/primeiro neto: diferença de 33 anos.
Mãe (eu) para meus 3 filhos: entre 26 a 28 anos a mais

Portanto, MEUS 40 anos não são os mesmos 40 anos da minha mãe e da minha sogra, e MUITO MENOS serão os 40 anos dos meus filhos. Provavelmente, a geração deles, ao chegar aos 40, deverá ser muito mais parecida com a nossa geração (dos quarentões de hoje) aos 20. 
Esse fato já se observa quando vemos a todo momento os agora chamados "adultescentes". Não tratarei disso aqui agora, mas segue aqui o link para um artigo que fala sobre isso, a luz da Gestalt terapia.



O fato é que quando eu era adolescente (lá pros meus 14 anos), auge da liberação feminina, existiam inúmeros programas e reportagens falando sobre a tal "crise dos 40" (que atinge aos homens também, mas mulheres gostam mais de falar sobre essas coisas) e já via que isso gerava um certo temor nas pessoas. Medo de ficar velho. De ficar acabado fisicamente. Profissionalmente. Socialmente.
Logo após começou uma nova onda, contrária essa temerária, que dizia: "A vida começa aos 40!".   E essa tem se tornado mais forte após eu ter chegado já à vida adulta (lá pros meus 20 e poucos anos). Antevejo que quando meus filhos chegarem aos 40 anos, essa "campanha" será: A vida começa ao 70 anos!
E como tudo nessa vida, há coisas muito boas e outras nem tanto nisso tudo. Mas isso também é papo pra outro dia.
Enfim, para mim não há crise. Há problemas do cotidiano, como há para todos. Uns mais graves, uns mais bobos, outros que não valem nem a pena comentar. Mas há vida. Muita vida. E muita disposição para superar todas as expectativas de (boa) vida.
Boa noite!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cotas nas universidades públicas: ainda há muito o que discutir.


Um amigo meu, Marconi, tem uma blog muito interessante, que eu recomendo muito, por seus textos criativos e bem-humorados. E hoje, em especial, precisei escrever aqui por conta de um texto que ele publicou recentemente (http://oesquisito.blog.br/2011/07/cotas-raciais-e-sociais-diferencas-a-parte/) e que eu li com coração e mente abertos para ver se mudava de opinião. Recomendo que leiam antes de ler a minha opinião.
Sou, até o momento, contra as cotas nas universidades, por vários motivos que pontuei para ele, em resposta a uma postagem no Facebook (http://mariafro.com.br/wordpress/2011/06/30/alo-alo-racistas-de-plantao-na-universidade-estadual-de-londrina-aluno-cotista-e-o-melhor-aluno-da-universidade/), onde ele atenta ao fato do aluno cotista ter sido o melhor da UEL.
A essa postagem, fiz os seguintes comentários:
"Ok, mas leia os números no final dessa reportagem sobre a UFPR: http://g1.globo.com/Notici
as/Vestibular/0,,MUL27514-5604,00-EVASAO+ESCOLAR+DE+COTISTA+E+VEZES+MENOR+DO+QUE+A+DE+NAOCOTISTA+NA+UFPR.html"
"Não sei, continuo achando q sistema de "cotas" é discriminatório. Eu tenho um filho negro e espero q ele passe pra faculdade por mérito, e não pq existe um "compromisso histórico" da sociedade para com ele pelo fato dele ser negro... O q eu queria é q eles ampliassem a rede pública de ensino básico e médio, com muito melhor remuneração e formação para os professores, de modo a permitir q mesmo o aluno pobre tivesse acesso pelo vestibular ou ENEM às universidades públicas. Não quero q meu filho seja considerado "diferente" ou "especial" por causa da cor da pele dele. Quero q ele seja cidadão, com os mesmos direitos e deveres de todo ser humano, no Brasil e no mundo. É a minha opinião, mas cada um tem a sua, né? E atentem pra esse trecho muito importante: "Segundo dados da UFRJ, mesmo com a adoção do sistema de cotas, no Vestibular 2011, entre os 4,8 mil estudantes aprovados 61,34 % eram oriundos de escolas particulares. Em seguida, estavam os que cursaram o ensino médio na rede federal (20,7%)." Amanhã podemos discutir como o sistema de cotas vai beneficiar mais ainda os alunos de ensino médio federal... Ah, q por acaso, ainda hj, na sua maioria, é oriundo de classe média e estudou antes em escolas (boas) particulares... Durma com esse barulho, Marconi!"
Depois dessa postagem no Facebook, li o artigo dele no blog (o que tem o link lá no início desse texto) e agora reproduzo aqui abaixo, pra quem não leu, as respostas que postei lá, editadas aqui em um texto só, para facilitar a leitura.
"Vou te dar a minha experiência pessoal e profissional, direto de Salvador (a cidade com maior percentual de negros do Brasil) e depois vc me diz o q achou, ok?
Partindo do q vc mesmo afirma: “Se isso acentuaria a discriminação? Talvez. Mas lembro que “discriminar” é identificar diferenças. Negros têm cor de pele diferente da de brancos, e só essa diferença. Não há nenhuma diferença quanto à capacidade cognitiva, e não deveria haver diferenças quanto às oportunidades sociais. Mas há nesta última.“
As cotas não só para negros, mas para diversas “minorias” (!?!?!, meio contra-senso isso, não?), e eu acho q não deveríamos acentuar as “diferenças” e ressaltar as igualdades! Na verdade acho essa história de cotas uma manobra política demagógica, pra conquistar as “minorias”, q na verdade representam a maior parcela da população (se não toda), q é de gente MESTIÇA e pobre!
Citando outro trecho seu: “Nossa elite social é branca e rica, tem acesso aos melhores colégios e cursinhos, enfim, a uma educação formal tão eficiente quanto o dinheiro pode pagar.”, vc mesmo corrobora a questão central de isso tudo: a elite aceita e apoia essa história de cotas como uma forma de aliviar a sua “culpa” por ser branca e rica (ou classe média, na sua maioria, se quer saber), pois apoiando as cotas se livra do sentimento q lhe impingem a todo momento por “300 anos de escravidão negra”, ou “pela tomada de mais de 90 % das terras indígenas”, ou ainda, por conta “das camadas pobres que não tiveram acesso a educação” e q, por todos esses motivos, jamais irão ascender socialmente se o Estado não intervir, dando uma de paternalista como sempre, e criar um sistema “especial” para essas situações.
Volto ao meu ponto inicial: temos que brigar por um ENSINOPÚBLICO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE QUALIDADE EGRATUITO, que isso sim dará chance às minorias, maiorias, brancos, negros, azuis, amarelos, verdes e cor de abóbora de saírem da ignorância que são propositadamente mantidos para que aí sim, eles possam lutar com dignidade a favor de sua melhoria social, profissional e emocional, pois saberão se valorizar e saber pelo O QUÊ brigar.
De experiencia própria, sou professora universitária, em uma iES particular, e meu marido tb, na mesma IES e na UFBA. Em ambas as instiuições temos alunos multicolores, sendo q na particular eu dou aula na Enfermagem e Farmácia (maioria negra/mestiça) e ele na Medicina (maioria branca, o curso cuta 3000 reais a mensalidade). Meus alunos na esmagadora maioria são muito fracos e despreparados, pois vieram de escolas ruins, e os da Medicina são muuito bons, pois estudaram nos melhores colégios. Obviamente essa diferença faz com q, a depender do curso em que lecionamos, numa MESMAinstituição, um mesmo professor dê aulas diferentes e faça uma cobrança diferente, a depender de seu público. Se ainda é verdade q as universidades públicas tem “ensino de excelência” é pq, ao contrário as IES particulares, há “filtro” na entrada, um vestibular altamente concorrido que já seleciona quem tem melhor preparo anterior. E dessa forma, os professores das IESpúblicas podem exigir mais desses alunos, e dar mais conteúdo, e cobrar mais, pq os alunos responderão bem a isso, sem q ocorra a extinção de uma turma no decorrer do curso de graduação.
Concluindo: ao se criarem cotas especiais para alunos despreparados, seja pq motivo for, o mesmo irá se dar nas universidades públicas. E assim, não teremos chances de progredir nem na Educação Profissional, nem na Ciência e nem na Tecnologia. Sacou qual é o lance?
Em absoluto acho q as pessoas não devam ter oportunidade de se formar na graduação, na verdade meu sonho é que quando meus filhos forem pra faculdade, isso seja tão comum quanto é hj ter crianças na alfabetização (95% das crianças estão matriculadas e cursando: sabe-se q o ensino de todas não é igual, mas já é um começo)."
Bem, acho que ainda preciso ouvir mais opiniões para me convencer (ou não) de que estou errada. E reafirmo, acho a discussão pertinente e urgente, pois se ninguém falar mais nada e deixar as coisas irem correndo ao bel prazer dos políticos, podemos nos arrepender depois e não ter como corrigir a curto prazo.
Por favor, comentem e vamos levar adiante esse debate. Vamos celebrar a união e não a partição, ok?
Boa noite.


PS: Essa imagem lindinha peguei de outro blog (http://wwwamandinhaflorzinhacom-amandinha.blogspot.com/2011/05/origem-do-mundo.html) que tem poesias igualmente lindinhas. Visitem!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Universidade Pública x Privada: nem tudo é verdade...

Sou professora e pesquisadora de uma faculdade particular nos últimos sete anos. Me formei na Escola Técnica Federal de Química do RJ (atual IFRJ), e depois na UFRJ (da graduação em Farmácia até o doutorado, emendando lá mesmo um estágio de pós doutorado por mais dois anos). Sendo assim, passei dos 15 aos 31 anos imersa na atmosfera de entidades públicas de ensino. Me mudei do Rio para Salvador em 2004 para ser professora e em 2006 retomei minhas atividades de pesquisadora na Fiocruz de Salvador e no ano seguinte na faculdade onde trabalho, como professora do Mestrado de lá, criado nesse ano. Apesar de todos os problemas que todos os empregos privados, sou muito feliz no meu trabalho e aprendi muito nessa nova realidade.
Uma das coisas que tenho aprendido é que existe muito preconceito quanto às entidades particulares de ensino superior. Um dos mais frequentes é de que não existe faculdade particular boa (exclua-se daí a PUC e universidades católicas em geral, e a FGV). A outra é que essa baixa qualidade é porque os profissionais que ali trabalham são ruins, pois são "mercenários", que só se preocupam com dinheiro e não ligam para a formação dos alunos. E finalmente, de que é praticamente inexistente a pesquisa nas entidades privadas de ensino.
A outra que aprendi diz respeito às entidades públicas de ensino superior. Também há preconceito, mas ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, nem sempre preconceito é uma coisa ruim; só significa que as pessoas atribuem um conceito (como um fato estabelecido) sobre algo ou alguém que não conhecem verdadeiramente. E nesse caso, o que ocorre é justamente o inverso do que se pensa das particulares: são sempre locais de excelência em ensino e pesquisa, e que seus profissionais são pessoas de alto gabarito, pois foram selecionadas por concurso público, e que além disso, tem um compromisso maior com a sociedade, pois no final das contas, é essa quem paga seus salários.
Pois bem, não posso ser generalista, mas de acordo com minha realidade, posso afirmar que nem tudo é verdade. No que se refere às entidades públicas e privadas que eu conheço, esses preconceitos não se aplicam, pelo menos não em sua maioria.
Onde trabalho conheço profissionais de alto gabarito, que é verdade, na sua maioria se formou em universidades públicas daqui e acolá, mas que optaram por trabalhar em entidades particulares porque não quiseram ou não puderam se dedicar a concursos públicos, coisa que eu entendo bem, pois já passei por quatro deles (todos frustrantes) e meu marido por outros seis (sendo que no último ele se tornou professor da UFBA). Ele, como não é dedicação exclusiva, continua a trabalhar na mesma particular que eu, porém teve que reduzir sua carga horária.
Eu e ele, depois de muita luta, conseguimos nos últimos quatro anos estabelecer nossas linhas de pesquisa, temos nosso laboratório de pesquisa e começamos a colher os frutos desse esforço através de publicações, patentes e dissertações de mestrado e monografias de graduação defendidas. E nosso currículos (podem ser vistos na Plataforma Lattes) vão muito bem obrigado.
Portanto, acho que exemplos valem mais que mil palavras. E a Plataforma Lattes foi uma criação excelente do CNPq que não deixa mais ninguém fingir aquilo que não é. É só olhar.
E antes de ter uma visão pré-concebida, por essa ou aquela instituição, é sempre bom ver QUEM está lá, e o que estão fazendo. Depois tire suas próprias conclusões. 
Boa noite!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Prepotência e a crise dos (quase) 40.



Prepotente adj. Muito poderoso ou influente. Opressor, despótico. (http://www.dicio.com.br/prepotente/)

prepotência s. f. 1. Poder superior. 2.Abuso do poder ou da autoridade; acto! despótico.
presunçoso (pre-sun-ço-soadj. Que tem opinião muito elevada de si mesmo; vaidoso, pretensioso. 
Que tem a marca da presunção. (http://www.dicionarioweb.com.br/presun%C3%A7oso.html).


Fui a sessões de psicoterapia por quase dois anos, a fim de tratar-me da minha dispnéia suspirosa (ver postagem mais antiga que explica isso melhor). E em minha auto-análise (afinal, é pra isso q a gente faz terapia, né?) disse ao meu psicólogo que achava que meus problemas de ansiedade eram em boa parte causados porque eu me julgava prepotente.  
Explico-me: pré significa "anterior", portanto na minha concepção, o prepotente é aquele que pensa que pode mais do que realmente pode.
Passaram-se  3 ou 4 anos (já nem me lembro direito) que parei de ir ao psicólogo e só agora resolvi olhar o significado formal dessa palavra. Em parte eu estava certa, mas acho que talvez devido ao peso do significado formal (opressor, déspota!), vi que na verdade acho que me enquadro mais em "presunçosa", apesar de também não me considerar vaidosa, assim como não me considero opressora.
O problema é que acho que sou ansiosa porque acho que posso resolver quase todos os problemas de todo mundo que me rodeia. E isso, obviamente, é irreal, qualquer bocó sabe disso. Mas o fato é que eu QUERIA poder resolver os problemas de todos aqueles que me rodeiam, e que por esse motivo, eu amo. E como eu não consigo, isso me gera uma sensação gigantesca de impotência, e daí eu pensar que sou prepotente.
Hoje (exatamente hoje) eu me sinto um tanto mais impotente, mas o problema não está nos outros, e sim em mim. Acho que pode ser um prenúncio da crise dos 40. (Não, ainda não faço 40 esse ano, mês que vem completo 39, mas já está perto, não e?). E de onde vem isso? Vem do próprio título desse blog: mãe, professora, doutora, mulher. Acho que estou sentindo (forte) o peso dessas atribuições...
Tá certo, alguém (talvez muitos) pode dizer que zilhões de pessoas no mundo estão e já estiveram na minha situação e não sofreram com isso. Também virão os amigos e dirão que outras tantas surtaram muitas e muitas vezes por isso, e que isso é perfeitamente normal. Mas o fato é que tem dias em que as coisas parecem mais pesadas do que o normal (e rapidamente alguém-de preferência homem-dirá que são os hormônios, TPM, etc) e hoje é um desses dias. E o  pior é que quando você começa a se sentir assim, logo fica pior porque sabe que muita gente está passando por problemas "de verdade" e que você não tem do que reclamar.
Mas ... PORRRAAAA! Se você cortar o dedo com uma folha de papel, o corte é RIDÍCULO, mas arde pra caramba, dói quando você esquece e joga perfume na mão, por exemplo. Seu dedo não vai cair nem gangrenar por isso, você não vai tirar licença médica por isso nem vai deixar de fazer nada no seu dia por conta disso, mas caramba, incomoda pra caramba até o corte fechar. Então me dá uns dois minutinhos? Me deixa falar um "ai" de vez em quando? Sabe, é pequeno, é ridículo, vai passar, não é nada demais, tem gente que nasceu sem braço e você reclamando disso, mas, poxa, tá doendo...
Hoje (hoje mesmo) as duas coisas dessas quatro que eu não estou me sentindo incompetente são mãe e professora, porque essas eu ainda acho que me garanto, até que me provem o contrário (o que eu espero sinceramente que não aconteça). Agora as duas últimas...
Acabei de vir do congresso anual da SBBq (Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular), da qual sou Membro Ordinário. Me senti bem ordinária mesmo. As coisas andam tão tão difíceis para mim que toda hora acho que devia jogar tudo pro alto e ficar só no meu papel de mãe e professora, porque a doutora está deixando muito a desejar. E isso gera uma frustração incomensurável...
Daí vem a questão mulher. E esposa. Amantíssima e amadíssima,diga-se de passagem (xô, olho gordo!). Mas sabe como é, quando isso ocorre (frustração), vem o ônus da enorme intimidade de um casal: acaba sobrando para quem não tem nada a ver com isso. O pior: para quem, pelo contrário, é pessoa que mais ajuda nessa parte profissional, pois trabalha comigo e mais da metade do que eu faço hoje só faço porque ele me ajuda, o super-marido. Então, nessas horas, é bom tomar cuidado para segurar o estresse e não descarregar em justo quem mais pode te apoiar. 
Mas, poxa, é na alegria e na tristeza, e no dedo cortado também, né? 
Enfim, na dificuldade de se expressar, vale voltar para a terapia. Mas o dinheiro anda curto (muuito curto), então a saída é blogar. Afinal, seria isso o que eu faria lá, não é mesmo? Falar e falar até desabafar e raciocinar sobre o assunto.
Pronto, falei. Agora é só esperar o micro-corte cicatrizar. E seguir adiante. Obrigada pela atenção, se você aguentou minha choradeira até aqui. Se quiser me dizer que passa pelo mesmo, faça isso, pelo menos não me sentirei sozinha. Mas se achar que é só besteira, pode dizer também, eu devo estar merecendo escutar.
Uma boa noite (ou bom dia ou boa tarde) para você, caríssimo leitor. Até a próxima. Espero que esteja mais animadinha e fale sobre algo menos pessoal e mais interessante. No momento esse blog serviu ao meu propósito self-self. Mas se ajudou a você a se sentir mais equilibrado, melhor ainda, por que ajudou a mais uma pessoa além de mim...

terça-feira, 8 de junho de 2010

De como a Barbie afetou os hormônios de uma geração.

Vamos combinar: o que é a Barbie? 

O "modelo" de milhões de meninas há muitos anos, cujo campanha na TV diz "E viva o rosa!". Depois não sabem porque eu o-de-io rosa! É surreal, tem até um site de "viva o rosa"...


Pois bem, vejam qual o motivo da minha indignação. Posso (e vou mais tarde) fazer uma lista, mas antes quero que se faça uma reflexão em cima de uma fato que venho observando ocorrer com freqüência e que algumas pessoas já começaram a perceber a mesma coisa: meninas MUITO novas (de seis a nove anos de idade) vem entrando na puberdade, de forma muito precoce. Ganho de pêlos, mamas, odores (cecêzinho, dizem as mães), coisas que só deveriam começar a ocorrer a partir dos 11 anos (ainda cedo)...
Eu, pessoalmente, conheço dois casos recentes assim: ambas as meninas começaram com SETE anos de idade a apresentar características de puberdade precoce e seus pais levaram-nas aos pediatras, que por sua vez receitaram hormônios para retardar esse processo. Surreal? Não, é real mesmo!
A que se deve isso? Coincidência? Alimentação? Genética? As possibilidades são muitas, nenhum médico se arrisca a ser categórico em um diagnóstico, mas algumas hipóteses têm sido levantadas. De minha parte quero ressaltar o slogan da Barbie (o outro), em letras garrafais:

BARBIE: TUDO O QUE VOCÊ QUER SER!

Ser o quê exatamente? Eu sei de pelo menos umas dez coisas que eles pregam que queremos ser. Vamos lá:

1- Adulta
2- Branca
3- Loira
4- Magra
5- Com olhos azuis
6- Bonita
7- Peituda
8- Rica
9- Vazia
10-Fútil

As meninas que não se enquadrarem nessas características não são dignas desse mundo!
Aliás, não deviam nem existir...
Bem, ironias à parte, não será esse um dos fatores da aceleração da puberdade e, por conseguinte, da sexualidade infantil das meninas? Sabemos que o centro das emoções é o cérebro e que uma das formas de controle do corpo é através da ação hormonal...
Entendem onde quero chegar?
Acho CRIMINOSO o que tem sido feito às nossas meninas e acho um ABSURDO tão poucos perceberem e se indignarem com isso.
Fiat lux! E que se debata isso e que se faça luz sobre esse assunto tão perigoso! Divulguem essa mensagem. Como tem sido feita na Inglaterra, com a campanha de algumas mães indignadas, "Pink stinks", ou em bom português,

ROSA FEDE!